Este filme de desequilíbrio sentimental e comportamental deveria ser o campeão de bilheteria da nossa mente, para reforçar literalmente nosso papelão de ator principal: aquele mais poderoso, o mais soberbo, àquele que tem o poder de dinheiro, àquele que paga o mico.
Sim, pagar o mico. Não há outro verbo para o ridículo.
É importante sempre projetarmo-nos nestas cenas, para evitá-las. Contar até um milhão e entender que ser flexível não é ser fraco, mas sim dar tempo para nós mesmos agirmos com sabedoria.
Podemos ter feito, já fazer, ou ainda ter a intenção de tratar mal às pessoas. Mas é relevante lembrar da invisível câmera da nossa consciência, a testemunhar o pagamento do nosso mico que, aliás, hoje, poder ser por boleto, internet banking, celular, ticket refeição, cartão de crédito... Enfim!
Se chefes, irmãos mais velhos, familiares, ou outros aos quais nos subordinamos profissional ou sentimentalmente são consumidores compulsivos destes macaquinhos, temos a alternativa de ajudar a pagar a prestação, ou apenas assistir e analisar a compra, para que, se um dia formos tentados com uma promoção, resistirmos à comprar do animal.
Afinal, se a gente tem equilíbrio, temos o privilégio de estar mais protegidos: os que não o tem, perdem o direito até da piedade, pois quando perguntam onde eles compraram a ferradura, os que ouvem a discussão morrem de pena... Do cavalo.
Lívia Suhett - Out/2009
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